Com duas medalhas de ouro, os Jogos Paralímpicos de Tóquio ficará marcado na história do meio-fundista Yeltsin Ortega Jacques. O paratleta terminou a sua participação como um dos principais nomes do paradesporto brasileiro na edição deste ano e começa a fazer planos para o próximo ciclo paralímpico.
Depois de brilhar no Japão no mês de agosto, o meio-fundista chegou ao Aeroporto Internacional de Campo Grande às 23h50 do dia 07 de setembro. Recepcionado com festa após a conquista, o meio-fundista sabe muito bem o caminho que teve que percorrer até chegar ao auge de sua carreira.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Foram quatorze anos de preparação muito intenso, fundamentada, bem feito, apesar de todos os percalços que nós passamos aí ao longo dos anos devido à dificuldade de treinamento do Mato Grosso do Sul. Não tem pista, as vezes trancadas, sem poder treinar por causa de não ter estrutura, mas superamos tudo. O Comitê Paralímpico Brasileiro me apoiando e a gente veio construindo isso, 2009 teve a seleção de jovens e a dedicação é 100% da minha vida, fui conquistando ao longo dos anos até chegar nesse ápice do esporte”, lembrou.
Com 29 anos de idade, Yeltsin conquistou a primeira medalha de ouro do Brasil nas pistas, na prova dos 5000 metros na classe T-11 com o tempo de 15min13s12 tendo a melhor marca das Américas e a dois segundos do recorde mundial. O título foi um presente para a cidade natal que completou 122 anos exatamente no mesmo dia.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Mas não parou por aí, o sul-mato-grossense queria escrever seu nome na história e alcançou a glória eterna, como o responsável pela conquista da 100ª medalha de ouro do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. O memorável ouro, seu segundo em Tóquio, veio nos 1.500 metros rasos T11 e com o tempo de 3min57s60 estabelecendo o novo recorde mundial.
O campo-grandense agradeceu aos familiares e as pessoas que lhe incentivaram desde o começo da sua jornada e já se prepara para o próximo ciclo paralímpico.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Se eu encerrasse minha carreira, eu encerraria com gratidão a Deus e a sensação de missão cumprida, porque eu cumpri praticamente tudo que eu esperava na minha vida. Eu tenho medalhas em Parapam, medalhas em mundial e agora essa história gigante que foi construída em Tóquio. Vou continuar bem, até porque eu sou muito patriota e eu vou tá levando o nome do pro Brasil. Mostrando que a gente aqui apesar de todas as dificuldades vai mudar essa realidade um dia e vai transformar o Brasil numa potência esportiva mundial”.
Yeltsin, completa. “E eu acredito muito que o esporte é um bom caminho para construir isso, mas ainda pretendo talvez correr mais uma maratona forte, melhor do que eu já corri, mais pra frente, depois de Paris. Mas a princípio, focar no 1500 e 5000 e trazer mais medalhas pra nós em em Paris também”, finaliza.