A multicampeã Miraildes Maciel Mota, ou Formiga, como é mundialmente conhecida, encerrou seu ciclo na Seleção Brasileira de Futebol na noite de ontem (25). A despedida da baiana aconteceu na Arena da Amazônia (Manaus), durante partida entre Brasil x Índia, válida pela primeira rodada do Torneio Internacional de Futebol Feminino. O placar foi de 6×1 para as brasileiras.
Aos 43 anos, Formiga deixa como herança 234 partidas com a camisa verde e amarela, em 26 anos de serviços prestados. Participou de 7 Olimpíadas e 7 Mundiais. Também fez história na Copa América, Pan e Sul-Americana. Ao todo foram 151 vitórias, 35 empates, 47 derrotas e 37 gols marcados. Estas são apenas algumas das credenciais da meia para o mundo.
O legado de Formiga
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O legado da jogadora começou a ser construído em 1993, quando jogou profissionalmente pelo São Paulo. Mas o tricolor paulista não foi o único a tê-la no elenco. Ela já passou por clubes como Palmeiras, Santos e Portuguesa. Fora do país vestiu cerca de dez camisas diferentes, entre elas a do Paris Saint-Germain.
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Além do trabalho em campo, a carreira de Formiga representou a luta pelo acesso das mulheres ao esporte. Quando nasceu, em 1978, havia uma lei em vigor no Brasil que criminalizava a prática do futebol feminino. O decreto 3.199/1941 foi revogado apenas quatro décadas depois, em 1979. Quando começou, aos 12 anos, justiça não a proibia de jogar, mas as vias para realizar seu sonho foram difíceis.
Após a partida que encerrou a carreira da meia pela Seleção Canarinho, ela fez uma declaração. “O único desejo que tenho é de continuar ajudando tantas outras meninas, que ainda passam por dificuldades no Brasil, que precisam de estrutura e não têm”, comenta.
O jogo
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A goleada de 6×1 com gols de Debinha e Giovana no primeiro tempo e Ary Borges (2), Karolin e Geyse no período complementar.
O Brasil mal esperou o apito inicial parar de soar para abrir o placar (Debinha). Mas o que parecia fácil ficou complicado alguns minutos depois. Com a defesa desorganizada as indianas começaram a se tornar ameaça até que a rede de Letícia balançou. O gol de desempate (Giovana) amenizou a pressão.
As substituições na volta deixaram o tempo suplementar mais dinâmico, prova disso foi o placar elástico. Competitiva, Piá contrariou a vontade da torcida e autorizou a entrada da camisa 8 em campo apenas aos 32 do segundo tempo. Formiga entrou como atacante e participou do segundo gol de Arya, aos 35. Foi a responsável por outras duas finalizações, que não foram convertidas em gol.
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No fim do jogo uma grande festa tomou conta do gramado, que contou com a participação da imprensa, da torcida e dos familiares da jogadora, além de Marta, que chegou a tempo para homenagear a colega.