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terça-feira, 19 novembro, 2024

O universo do atletismo sob a ótica de Guilherme Ademilson

Membro da seleção brasileira no Mundial de Atletismo Paralímpico, o atleta conheceu a modalidade por acaso e hoje corre ao lado do consagrado fundista brasileiro Yeltsin Jacques

Nessa segunda-feira (9) é comemorado o Dia do Atletismo no Brasil. Guilherme Ademilson é atleta-guia do fundista campeão paralímpico e mundial Yeltsin Jacques. Seus primeiros passos no esporte, começaram na pré-adolescência de maneira inusitada, mas aos poucos o atleta “tomou gosto” pela prática e atualmente compõe a lista de convocados da seleção brasileira para o Parapan 2023.

Radicado em Campo Grande desde 2015, Guilherme Ademilson dos Anjos Santos é atleta-guia da Associação Desportiva para Deficientes tem 31 anos e nasceu em Petrópolis-RJ. Quando pequeno tinha um sonho de infância que quase todo garoto tem em mente, afinal, como diria a letra da música “É uma partida de futebol” da banda Skank, “quem não sonhou em ser um jogador de futebol?”.

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O “menino do Rio” conheceu o esporte bretão e se encantou. O saudoso Armando Nogueira dizia “a bola é mágica, brincar com ela é descobrir a harmonia e o equilíbrio do universo”. Mas, o mundo, redondo que nem bola dá voltas e o vocalista Felipe Arnt, resumiu o começo dessa história na sua composição “Vítima do caos” quando diz “quando era mais novo não pensava em nada. Queria ser jogador de futebol. Mas os tempos passam e as crianças crescem” foi quando aos 14 anos de idade, Guilherme sem querer, acabou conhecendo outra modalidade.

“O primeiro contato com o atletismo foi até engraçado. Eu fazia um curso que era um trabalho social e tinha várias oficinas e o curso de carpintaria fez um troféu para uma corrida que ia ter no bairro. E aí o meu primeiro treinador, o Pantaleão que estava organizando a prova falou, ‘quem quiser correr do curso, vai lá correr’. E aí do nada eu falei, ah não tem nada para fazer, vou lá correr de manhã. Eu fiquei sentado lá, sem entender nada, era a minha primeira vez em uma corrida e acabei perdendo a prova de 1000 metros”, lembra Guilherme.

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Logo depois da corrida, o professor de Guilherme queria saber sobre o desempenho de seu aluno. “O professor que me dava curso, perguntou para o Pantaleão, ‘Pantaleão e o Guilherme? Que horas que é a prova dele?’ Ah é esse menino que está chegando aí, já foi. Tem a prova dos cinco quilômetros, mas eu não sei se ele vai aguentar? E aí por incrível que pareça eu fui e passei os dois e meio (de percurso) entre os cinco primeiros colocados e todo mundo achou que eu cortei caminho, dizendo não é possível que esse garoto está aqui e acabei chegando em décimo no geral. E aí o Pantaleão pegou, me chamou e falou, vamos correr? No começo eu não queria e todo mundo querendo que eu corresse porque disseram que eu fiz uma coisa espetacular e eu sem acreditar né? Insisti no futebol, mas aí no final do ano de 2008 eu decidi ir para o atletismo mesmo, aí foi quando eu foquei, fui para o Brasileiro, fui terceiro colocado e ganhei o sul americano e aí minha a carreira decolou”, se recorda Guilherme.

Enxergando o jovem como uma promessa do atletismo, devido ao seu enorme potencial para correr, Pantaleão foi insistente e fundamental na decisão de final de Guilherme em seguir carreira no esporte dois anos depois da sua primeira prova, algo que o atleta é extremamente grato até hoje.

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Confira o quinto episódio completo do Papo Sem Retranco com Guilherme Ademilson:

Após mudar o rumo de sua vida com anos de preparação e dedicação ao atletismo, Guilherme Ademilson competiu em diversas provas e no meio desse percurso conheceu 12 países através do esporte. Em 2015 depois de ficar afastado da modalidade por questões familiares, o atleta veio para Campo Grande e recebeu a oportunidade de conhecer de perto o paradesporto. Foi através do meio-fundista Yeltsin Jacques que Guilherme Ademilson adquiriu todos os conhecimentos para se tornar um atleta-guia. Porém, diferentemente do que as pessoas pensam, Guilherme afirma que a função é muito mais complicada do que aparenta ser.

“Ser um atleta-guia muita gente acha que é fácil né? Não entende a intensidade dos treinos que a gente tem que fazer, tem de estar junto com o atleta, tem que fazer os exercícios, tem que conhecer o atleta, porque você tem que saber a percepção dele e tentar melhorar a coordenação, se adaptar a passada, então é bem complicado ser um atleta-guia”, explica Guilherme.

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Apesar de se considerar um campo-grandense de coração, foi no seu estado natal, que o atleta-guia viveu o momento mais marcante de sua carreira. “A que eu acho mais importante para mim foi os 5000 com Yeltsin em 2016. Aquela Paralímpiada foi bem importante porque foi uma superação para mim, porque para quem acha que atleta-guia é fácil, não é não. Cheguei ruim, porque naquele dia o homem correu (demais) estava inspirado e eu acho que foi a maior marca de todos os tempos, 15.02 nos 5000. É a melhor marca dele (Yeltsin) e ele correria melhor nesse dia, eu que travei mesmo, falei para ele não fazer chegada, porque eu estava ruim. Mas esse para mim foi o meu grande feito e me superei totalmente. E corremos essa marca que está na história, espero eu correr junto com o Yeltsin de novo, a baixo dos 15 minutos”, diz Guilherme.

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Ao lado de Yeltsin Jacques e do atleta-guia Edelson de Ávilla, Guilherme Ademilson conquistou a medalha de bronze na prova dos 5000 mil metros classe T11 no Mundial de Atletismo Paralímpico em Paris 2023. “Fomos bronze no 5000 e ele (Yeltsin) pode ganhar o ouro no 1500 com o Edelson. Tudo fruto do nosso trabalho, trabalhando dia a dia para chegar lá e dar o nosso melhor e tem o Parapan agora, vamos para cima” ressalta Guilherme.

O universo do atletismo sob a ótica de Guilherme Ademilson
Guilherme Ademilson atleta guia comemorando no Mundial de Atletismo Paralimpico ao lado de Yeltsin Jacques e Edelson Àvilla. Foto: Ale Cabral/CPB.

Guilherme Ademilson lembra que a maior dificuldade para a prática do atletismo no Brasil é a falta de apoio. “Hoje o atletismo brasileiro ainda está bem precário, depois que saíram grandes equipes teve uma queda boa de salário, muitos atletas tiveram que sair para trabalhar para poder se sustentar”, lamenta Guilherme.

Mas apesar disso, o atleta-guia se mostra otimista com a nova safra de atletas e revela quais são as promessas para o Jogos Olímpicos de 2024. “Estamos vindo com uma geração boa nos 100 metros. Temos o Piu (salto) com barreira, que fez um grande feito, foi campeão mundial e foi terceiro nas Olímpiadas (2021), creio eu que vai estar brigando pelo ouro em 2024 que é o nosso grande nome do atletismo atualmente. Temos a geração dos 100, que estão correndo a baixo dos 10 segundos, Erik (Cardoso), Felipe Bardi, Paulo André, temos o Darlan (Romani) que este deve ser o último ciclo olímpico pela idade dele do (arremesso) peso. O Almir (Júnior) do salto triplo que está bem forte para 2024. As meninas do 100 também, a Lorraine (Martins) e Vitória (Rosa). O Thiago Bráz do salto (com vara). A Letícia (Oro Melo) que foi bronze no mundial (salto em distância) que é uma promessa e o Danielzinho nosso maratonista, nosso grande nome do fundo hoje, bem novo e tem grande chance de pegar medalha pela marca que ele fez, duas horas e quatro, e está treinando em Uganda agora” ressalta Guilherme.

Participando da Corrida do Pantanal realizada nesse domingo (8) Guilherme Ademilson segue o caminho dos grandes nomes do atletismo, como do ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima que contribuiu muito no início de sua trajetória. O próximo desafio será a disputa dos Jogos Parapan-Americanos em Santiago 2023 que acontece no mês que vem. Todas a disputas servem de preparação as Paralímpiadas de Paris que é o grande objetivo dos sul-mato-grossenses que integram o time Brasil em 2024.

“Estamos na preparação para as paralípiadas desde o começo deste ano, focados desde o início com os jogos e se adaptando há algumas coisas. O Edelson começou a guiar esse ano, então tem essa adaptação. Acertando os erros que aconteceram em Paris, onde eu também errei bastante nos 5000 e estamos concertando isso, acabamos de ter uma mudança de treinador também, estamos no caminho certo. Eu acho que a gente vai chegar lá super bem preparados para brigar pelo ouro, pelos dois, tanto nos 1500 como nos 5000, para bater o recorde da prova nos dois e esse é o nosso objetivo e antes tem o Mundial no Japão, que vai ser um pré-olímpico”, finaliza Guilherme.

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