O último final de semana foi marcado de momentos de emoção dentro e fora dos gramados no Operário Futebol Clube. No sábado (28) no Clube Campestre Ypê, ex-jogadores e personalidades do clube foram homenageados pelo pintor e artista plástico Sullivan Gonçalves de Oliveira. No dia seguinte, o Alvinegro estreou com vitória no Campeonato Sul-Mato-Grossense e quebrou um tabu de quase 3 anos sem vencer o seu arquirrival no Clássico Comerário 198.
Sullivan é historiador colaborativo do Legado Operariano que tem foco em materializar um ambiente de empatia, inclusão, convivência e diálogo com todos os públicos, potencializando como referência a cultura de respeito à diversidade cultural, em acessibilidade e na musealização do futebol em suas múltiplas expressões. Alguns nomes lendários que fizeram história com a camisa operariana foram homenageados pelo artista plástico, que fez um molde especial feito de massa e vidro com catalizador de alginato. Antes da coleta ser feita, Sullivan fez questão de explicar qual era a ideia da ação para os ídolos operarianos.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Vai ser criado um QR Code com o depoimento de vocês (ídolos) sobre a importância de estar aqui (fazendo essa ação) e através disso, vai ser criado uma enciclopédia futebolística e todo o material que estamos fazendo, o Museu da Pelada, no qual eu faço parte aqui no Mato Grosso do Sul, vai estar potencializando. Então a história de vocês (ídolos) tem um significado maior ainda, porque o prontuário histórico, tem uma história gigantesca e deve passar para frente e isso não é nosso (do clube) é de vocês (dos ídolos)”, lembrou Sullivan durante o encontro.
A intenção do Legado Operariano é preservar, pesquisar, catalogar e comunicar ao universo do futebol mundial, em todas as dimensões através de expressões livres, a rica história do Operário Futebol Clube. O Presidente do Conselho Deliberativo do Operário, Estevão Petrállas, falou como surgiu a ideia do projeto.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“O Sullivan e a minha esposa Auxiliadora começaram a ideia de se criar um memorial. Então surgiu o hall da fama que nada mais é do que uma calçada, uma área de exposição e o artista plástico Sullivan, foi nomeado como o diretor que cuida disso dentro do Operário. Essa história de dizer que é só o futuro (que interessa), o futuro tem um alicerce que é o seu passado, não tenha dúvida disso”, lembrou Estevão no encontro com o ídolos do clube.
A lista completa conta com: Marcilio; Marco Antônio; Dito; Valdirzinho; Elson Pinheiro; João Clóvis; Biá; Adir; Rui; Marco; Amarilha; Amarildo; Biro Biro; Marquinhos; Anselmo Eugênio; Cido; Cocada; Eder Cavalo; Dema; Dungão; Pastoril; Amaral; o técnico Celso Rodrigues e o jornalista Lucas Mendonça.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O Presidente da equipe Master do Operário, Marcílio Dias, agradeceu a homenagem aos ídolos do clube em um depoimento feito para o Museu da Pelada. “Estamos aqui (no Clube Campestre Ypê) com toda essa gama de ídolos que veio aqui hj (sábado) para deixar sua marca, seu registro, seu passado e o seu legado para a eternidade. Que todos sejam motivados e construam o museu de vocês, para que assim todos possam ser eternizados no futebol para sempre”, agradeceu Marcílio.
O atual Presidente do Operário Futebol Clube, Coronel Nelson Antônio, agradeceu aos ídolos operarianos. “Gostaria de fazer um agradecimento a todos. Gostaria de ter hoje, vocês (ex-atletas) jogando no Operário, eu queria ter esse time aqui (riu). Então obrigado por ter ajudado e ter feito parte da história do Operário. Nós não vamos viver do passado logicamente, mas quem esquece o passado, não pode viver no futuro”, ressaltou Nelson.
E para viver esse futuro tão desejado pelo atual presidente da agremiação, pensando em um dia retornar aos tempos glória, é preciso escrever o presente. E para isso, o primeiro passo dessa longa jornada foi dado no último domingo (29) durante a estreia do Operário no Campeonato Estadual. Dentro de campo, a primeira impressão deixada pelos jogadores e comissão técnica é que o elenco assim como a sua diretoria, pretende dar “voos” mais altos na temporada 2023. Com uma “artilharia aérea” calibrada, o Operário voltou a vencer o clássico Comerário após um jejum de 5 partidas consecutivas sem vencer o rival no Estadual, atuando no Estádio Jacques da Luz.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Logo no primeiro ataque, Galo mostrou que poderia o dominaria o “terreiro” com voos mais altos. Tony Júnior cobrou falta pelo lado direito, o zagueiro Márcio subiu mais que a defesa comercialina e testou firme para o fundo do gol, 1 a 0 Operário. Após abrir o marcador, o Operário seguiu tomando a iniciativa do jogo buscando o ataque na maior parte do primeiro tempo, enquanto o Comercial tentava aproveitar os espaços jogando no contra golpe, mas levava pouco perigo a meta do goleiro Vitor.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Mas, se o Galo levou a melhor e abriu o placar pelo alto logo no início, por baixo, o Lobo ganhou “terreno” e no fim e em um de seus “lampejos” ao setor de ataque, veio o empate. Aos 44 minutos, Pedrinho tocou para Gustavo que recebeu na esquerda e arrancou até se derrubado por Tony Júnior dentro da área, penalidade máxima. O próprio centroavante foi para cobrança e bateu com categoria, o goleiro para o lado (esquerdo) bola para o outro, 1 a 1. Quando tudo dava a entender que os 2 times iriam para o vestiário com o placar em igualdade, Tony Júnior ainda teve tempo de se redimir. Aos 50 minutos, o atacante cobrou escanteio pelo lado direito e voltou a “servir” um companheiro de defesa, jogando a bola à meia altura para o zagueiro Felipe mergulhar de peixinho, para colocar o Operário novamente em vantagem, 2 a 1.
Na volta do intervalo, os operarianos quase “repetiram a dose” e no primeiro ataque do time na segunda etapa, Leomir tentou surpreender o goleiro Breno e bateu direto para gol, acertando a trave. Depois do lance, diferente da temperatura dentro do gramado das Moreninhas que só aumentava, o jogo ficou mais morno, perdeu em intensidade e foram poucas as chances para os 2 clubes.
O Colorado teve a sua chance mais clara aos 33 minutos, com Felipe arriscando o “tiro” de longa distância e acertando o travessão. Se os comercialianos não conseguiram chegar a igualdade, os operarianos resolveram matar o clássico, voltando a marcar no fim da etapa complementar. Aos 47 minutos, Sato tocou para Travassos que cruzou a bola na cabeça de Kaíque, que testou para o chão, como “manda o figurino”, para dar números finais ao Comerário 198, 3 a 1 Operário.
Em entrevista para o site oficial do Operário Futebol Clube o técnico Celso Rodrigues comemorou o resultado. “Dentro do contexto do jogo a gente está satisfeito pela entrega, pela vontade dos jogadores de conquistar os três pontos e isso é importante para o início do trabalho. A equipe do Comercial também fez um grande jogo, limpo, como um clássico deve ser. Parabéns para o meu grupo que saiu vitorioso”, afirmou o treinador Alvinegro.
Com a vitória, o torcedor operariano “exorciza o fantasma” de não conseguir vencer o Comercial nos jogos com mando do arquirrival. A última vez que o Galo havia vencido o Lobo como “visitante” foi em 2020, pelas quartas de final do Campeonato Estadual. Em campo, Obina marcou o gol do triunfo, mas o clássico ficou marcado mesmo foi pela escalação irregular do lateral Emerson do Operário, que acabaria culminando com a eliminação do time na competição.
Antes do confronto que terminou no extra-campo, o último triunfo operariano como visitante de fato, já fazia quase uma década, foi na primeira fase do distante Campeonato Estadual de 2004, vitória por 4 a 2. Já a última vitória “válida” no clássico, havia sido em 2019, na primeira fase do Campeonato Sul-Mato-Grossense, quando o Alvinegro bateu o Colorado por 3 a 1.
Com o resultado, o Operário assume a liderança do grupo A ao lado do Costa Rica Esporte Clube empatado com o mesmo número de pontos do adversário, mas levando vantagem nos gols marcados (3 a 2). Os 2 oponentes duelam pela liderança isolada da chave, no próximo domingo (5) às 15h no Estádio das Moreninhas.
Com informações do Site do Operário Futebol Clube.